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10 de outubro de 2007

Canibalismo

Muito interessante a matéria da revista Mente Cérebro deste mês, intitulada Canibalismo: Da Cultura à Perversão, escrita por Nahlah Saimeh, médica especialista em medicina legal e diretora do Centro de Psiquiatria Forense da Vestfália (Alemanha.)

A autora mostra casos de canibalismo que aparecem no noticiário de tempos em tempos, indicando que o fenômeno é mais freqüente do que podemos pensar.

Ressaltando que as práticas canibais existem desde o início da humanidade, a autora difere a antropofagia presente em rituais tribais, onde o consumo de carne humana tinha como objetivo incorporar atributos dos mortos, como força, coragem e integridade; a que ocorre em situações extremas e de escassez de alimento, tratando-se de uma questão de sobrevivência; e por fim o canibalismo patológico que, segundo a autora, "está sempre associado a indivíduos de alguma forma deslocados na sociedade, quase sempre portadores de transtornos psíquicos."

No que diz respeito a origem deste comportamento, Nahlah Saimeh diz que "A motivação do canibal poderia ser explicada pela perversão sexual sádica, que teria origem em problemas no processo de individuação, quando a criança se “separa” do corpo da mãe. Assim, a assimilação da carne humana serviria para restabelecer a ligação simbiótica original."

Da anorexia, onde se come o nada, ao canibalismo, onde se come o outro, tudo parece estar intimamente relacionado com estágios primitivos da infância e as relações estabelecidas nesta época da vida. A oralidade e seus componentes sexuais determinam o modo como o bebê conhece o mundo e marcam toda sua existência.

Veja toda matéria aqui


Canibal mais famoso da ficção, Dr. Hannibal Lecter, interpretado por Anthony Hopkins em O Silêncio do Inocentes. (1991)


Antropofagia no Brasil, segundo relato de Hans Staden, ilustrado por Théodore de Bry (1549).
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.................................................................Fernanda Pimentel