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23 de abril de 2009

Arte e Psicanálise

Recebi a divulgação deste lançamento hoje... Quem estiver em São Paulo não deve perder!

A estreita e antiga relação entre a Arte e a Psicanálise é o tema central da próxima edição da revista Ciência & Cultura, uma publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que será lançada hoje, das 20h às 22:30h, no Centro Universitário Mariantonia, USP

Com apresentação da psicanalista Jassanan Amoroso Dias Pastore, o Núcleo Temático deste número – espaço editorial reservado ao aprofundamento de determinado assunto –, reúne dez artigos de especialistas em arte e psicanálise que propõem novos olhares e análises sobre o tema, seja pelo viés da literatura, ao abordar conexões com os escritores Mário de Andrade, Guimarães Rosa, seja do ponto de vista da arte plástica, ao levantar reflexões sobre a obra de Arthur Bispo do Rosário, José Leonilson, Louise de Bourgeois.

Na ocasião do lançamento, todos os autores estarão presentes para um bate-papo.

A abertura do evento contará com a participação de

  • Marco Antonio Raupp, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência;
  • Plinio Montagna, presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo;
  • Cláudio Rossi, presidente da Federação Brasileira de Psicanálise;
  • Carlos Vogt, coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo;
  • Marcelo Knobel, editor da revista Ciência e Cultura;
  • Jassanan Amoroso Dias Pastore, coordenadora do Núcleo Temático Arte e Psicanálise.

A revista Ciência & Cultura é uma publicação que atua na difusão e divulgação científica, sempre voltada para os temas da atualidade e dando espaço a novas gerações de pesquisadores, para uma reflexão mais aprofundada. Ela é distribuída em bibliotecas, universidades e outras instituições ligadas à pesquisa e ensino.

Relação dos artigos que integram edição da revista Ciência & Cultura: Arte e Psicanálise

Jassanan Amoroso Dias Pastore – psicanalista
A Arte do Inconsciente

Claudio Rossi – psicanalista
Arte e Psicanálise na Construção do Humano

Leopold Nosek – psicanalista
Notas Sobre Leonilson e Arthur Bispo do Rosário

Deodato Azambuja – psicanalista/Gontran Guanaes – artista plástico
Representação, Expressão, Arte e Psicanálise

João Frayze-Pereira – psicanalista, membro da Association Internationale des Critiques d'Art (AICA)
Arte Contemporânea, Crítica de Arte e Psicanálise: Louise Bourgeois, Um Desafio Interdisciplinar

Raya Zonana/Orlando Hardt – psicanalistas
Mário de Andrade: Retratos, Reflexos, Reflexões

Camila Pedral Sampaio – psicanalista
Margens da Palavra

Homero Vettorazzo – psicanalista
A Escuta da Linguagem como “Ato Poiético”

André Medina Carone - filósofo
O Escritor Freud e a Psicanálise

Sérgio Fingermann – artista plástico
A Pintura em Tempos de Urgência: Alguns Traços da Cena Artística

Data e horário
Quinta-feira, 23 de abril, às 20h
Entrada gratuita !

Local
Centro Universitário Mariantonia
Rua Maria Antonia, 294, 1º andar, sala 100
Higienópolis - São Paulo SP

Maiores informações
Tel. (11) 3255-7182

22 de abril de 2009

Pedofilia

Reprisa este sábado, na GNT, às 10:30 e 15h o programa Marília Gabriela Entrevista que ninguém deve perder!
A apresentadora receberá o psiquiatra e psicanalista Cláudio Cohen e o promotor de justiça e mestre em Processo Penal José Reinaldo Carneiro, que falarão sobre pedofilia. No programa, Cohen, fundador do Centro de Estudos e Atendimento Relativos ao Abuso Sexual (Cearas), revela que o centro propõe o tratamento de todos os membros das famílias nas quais ocorrem casos de abuso sexual. O psicanalista avalia ainda qual é o modo de tratar esse tipo de caso.

Arte e Psicanálise

Relações de arte e psicanálise são tema de curso na USP
As aulas acontecem de 8 a 29 de maio, sempre às sextas-feiras, no próprio Centro Maria Antonia (Rua Maria Antonia, 294, Centro, São Paulo).
As inscrições, que custam R$ 170,00 e podem ser feitas no local.

Mais informações:
(11) 3255-7182
www.usp.br/mariantonia

A responsabilidade da psicanálise com os “novos sintomas” (parte 1 de 2)

Artigo interessante na Latusa - Revista da Escola Brasileira de Psicanálise.
Confira!


"Como falar das questões relativas às mudanças subjetivas contemporâneas, às novas produções sintomáticas do sujeito, aos novos obstáculos para o desejo de saber, sem tocar no núcleo resistente às mudanças na cultura patriarcal? Como falar dos resíduos dessa cultura no novo papel que o homem precisará ocupar inevitavelmente? Como não tocar no tema delicado da liberação sexual e profissional da mulher e no novo papel que ela passou a ocupar na família? Como não considerar a desagregação familiar a partir, principalmente, dos novos tempos de globalização e capitalismo?

Ao não se tocar nesses temas tão radicais e essenciais, evita-se o mal-estar decorrente da discussão e exposição dessas causas tão importantes para as mudanças ocorridas na vida afetiva do sujeito na cultura. A cultura não quersaber das causas?

Neste trabalho não buscaremos soluções, mas reflexões advindas de leituras já realizadas sobre os efeitos provocados por essas mudanças, na perspectiva da produção de novos sintomas do sujeito e da cultura, assim como da impossibilidade de se obter uma resposta universalizante. “Não estamos mais na época da díade ‘problemas-soluções’. Estamos mais às voltas com um real em jogo na formação do psicanalista e na transmissão de seu discurso na civilização”.

Na medida em que o mal-estar é parte da cultura e da sociedade contemporâneas, as inquietações e os problemas psicológicos humanos adquirem um aspecto histórico e, por isso, se atualizam continuamente, manifestando-se sob a forma de novos sintomas, como é o caso da anorexia, da bulimia, da toxicomania, da depressão, do pânico, do déficit de aprendizagem, entre outros . Assim, a psicanálise se depara cada vez mais com sintomas formados para além do recalque. Consideramos aqui, principalmente, a toxicomania.

.............................................Fotografia D. Lachapelle

Os novos sintomas e o ideal de felicidade
O fenômeno da toxicomania nos dias atuais pode ser visto como “o efeito da oferta de mercado e o efeito de um avanço do saber científico-tecnológico (produção industrial da substância droga)”. Uma clínica que possa lidar com esse fenômeno em vias de sintomatizá-lo precisa considerar o que advém para além do recalque, mais a passagem ao ato do que o retorno do recalcado.

A pergunta que se impõe à psicanálise, portanto, é como lidar, no contexto atual, com os novos sintomas e como ser eficiente com efeitos terapêuticos na clínica contemporânea. A resposta pela via freudiana é que “a vida, tal como a encontramos, é árdua demais”, ela nos proporciona “sofrimentos, decepções e tarefas impossíveis”, e para suportá-la “não podemos dispensar medidas paliativas” ou “construções auxiliares”.

Cada civilização oferece modelos padronizados e fixos para os sujeitos atenderem suas reivindicações pulsionais, sendo assim, a cultura define o perfil de gozos toleráveis socialmente. Hoje, a cultura declaradamente capitalista determina a submissão do sujeito ao imperativo do consumo. A globalização do consumo impôs a produção em massa de objetos, que são formas de gozo, próteses que se tornaram necessárias para o sujeito civilizado. Daí pode-se inferir que as novas formas sintomáticas da toxicomania, da anorexia, da bulimia, da adição ao computador, da depressão são, enfim, expressões atuais do mal-estar na cultura.

Nessa ótica, todos são consumidores e ao mesmo tempo objetos de consumo.O uso de medicamentos largamente difundido, principalmente de antidepressivos e estimulantes sexuais, mascara cada vez mais as questões da subjetividade. O ideal de felicidade que a droga instaura traz consigo consequências graves em curto prazo: suicídios e violência crescentes no lugar da investigação das causas. O medicamento é econômico para os planos de saúde e desculpabilizante para a família: mascara as causas, liberando o sujeito e a família da angústia e da responsabilidade, mascara os sintomas aparentes, proporcionando um eterno sorriso. O sujeito descarrega sua agressividade – antes dirigida ao eu pelo Outro tirânico ou por sua ausência – no gozo inconsciente da irresponsabilidade e na passagem direta ao ato. Assim, ele obedece ao imperativo: goza!6 Atribui a culpa que o deprime a um bode expiatório fora da constelação familiar: a biologia explica tudo. Cabe dizer que não se trata de o medicamento ser desnecessário: é evidente que ele salva a vida de sujeitos vítimas da depressão, que sem eles não resistiriam a um tratamento psicológico que não tem efeito tão rápido."
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.........................................................................Continua...

20 de abril de 2009

Compulsão à repetição.

Matéria da Revista Época fala da compulsão à repetição.

Como evitar a auto-sabotagem
Em entrevista, o psicanalista americano Stanley Rosner revela como funcionam os ciclos negativos de repetição, que levam a problemas no casamento, na relação com pais e filhos e no trabalho, e conta a história de alguns de seus pacientes

Todos os seres humanos têm padrões de repetição - a maioria, irracionais. Alguns calçam o pé direito sempre antes do esquerdo, ou vice-versa, outros sempre dão topadas nas mesmas quinas dos móveis ou gostam de comer determinados alimentos antes de outros. Quando são acontecimentos corriqueiros, não há grande importância. O problema é quando a repetição é destrutiva. “São compulsões que levam indivíduos à beira da loucura e destroem vidas - as suas próprias e as de outros”, diz o psicanalista freudiano americano Stanley Rosner. Com quarenta anos de experiência, Rosner detectou esse tipo de comportamento em muitos de seus pacientes e agora, em co-autoria com a escritora americana Patrícia Hermes, lança O ciclo da auto-sabotagem (ed. Best Seller). O livro, que acaba de ser lançado e já esgotou a primeira edição, explica o que são e de onde vêm tais atitudes, que se manifestam no casamento, entre pais e filhos ou no trabalho. Também traz relatos de muitas histórias de pacientes que tiveram parte importante de suas vidas desperdiçadas pela insistência em agir em ciclos negativos. Rosner sugere a terapia como única forma de estancar a auto-sabotagem. Veja a entrevista do psicanalista e alguns trechos do livro:

ÉPOCA - O que é o ciclo da auto-sabotagem?
Stanley Rosner - É a tendência a se repetir, indefinidamente, atitudes destrutivas. É claro que a maioria das pessoas não percebe o que faz. Prefere acreditar que a insatisfação é apenas fruto de algo externo. E essa negação faz com que ela siga em frente, sempre sofrendo. Pode se manifestar em absolutamente todos os aspectos da vida: no namoro, no casamento, na criação de filhos, na escola, no trabalho.

ÉPOCA - Em que situações a auto-sabotagem acontece?
Rosner - No casamento, por exemplo, que é um espaço de luta de poder e desejos, é comum o marido ou a esposa deixar o outro controlar, dominar e punir, enquanto o outro simplesmente age de forma que esse controle e essa dominação cresçam ainda mais. Ambos seguem um acordo silencioso, não importando se ele traz culpa ou dor. Também é muito frequente uma pessoa casar várias vezes e, apesar de os parceiros serem absolutamente diferentes, criar situações e problemas idênticos com todos eles. Qualquer um pode perceber que um padrão está sendo repetido - menos ela própria. Outro ponto: em meus pacientes de terapia de casais, costumo encontrar semelhanças entre cônjuges e seus pais. E o paciente se assemelha com quem ele mais teve dificuldades: o pai frio e distante deu origem ao marido insensível. É a representação de uma relação mal-resolvida do passado.

ÉPOCA - A infância é, então, a origem dessas repetições?
Rosner - Sim, é basicamente na relação entre pais e filho que se constroem esses padrões. É de traumas, grandes ou pequenos, do começo de nossas vidas que isso tudo nasce. De um sentimento de abandono, nasce a crença de que se aquilo for repetido, as coisas serão transformadas. Tudo é inconsciente, é claro.

ÉPOCA - O divórcio dos pais faz com que as crianças tenham dificuldades emocionais no futuro?
Rosner - Não o divórcio em si. Mas se o divórcio é complicado e, principalmente, se a criança é usada como uma bola de futebol neste processo, isso deverá, sim, acarretar problemas mais tarde. O mesmo se os pais ficam anos falando mal um do outro na frente da criança. Tudo que quebra a confiança e a segurança de uma criança pode fazê-la ter dificuldades emocionais na vida adulta.

ÉPOCA - Quais são os casos mais comuns de auto-sabotagem no trabalho?
Rosner - Todos conhecemos alguém que pula de emprego em emprego e está sempre culpando um chefe ou os colegas. Nos novos empregos há sempre problemas semelhantes aos anteriores. Isso é porque o relacionamento interpessoal é um fator muito importante no trabalho - tanto quanto dedicação ou competência. As percepções das pessoas no local de trabalho muitas vezes são distorcidas por relações mal resolvidas do passado, da mesma forma que no casamento. Vê-se um chefe como o pai severo ou uma colega como a irmã competitiva. A auto-sabotagem nasce daí: questiona-se a autoridade do chefe, negligencia-se uma meta, começa-se a chegar a atrasado. Como forma de combater inconscientemente algo do passado que ainda nos atormenta.

ÉPOCA - Como controlar a auto-sabotagem?
Rosner - Evitar essas repetições destrutivas é muito difícil, porque elas estão consolidadas em nosso inconsciente desde muito cedo. Uma pessoa pode até perceber sua compulsão em agir daquela maneira e, a partir disso, acreditar que poderá controlar-se da próxima vez. E mais uma vez ela age destrutivamente e crê que na próxima ela evitará e assim por diante. Por isso eu digo que estar ciente de seu padrão de repetições é extremamente importante, eu diria que é o primeiro passo. Mas o caminho para estancar esse comportamento é ir de encontro ao trauma que está na raiz de tudo. Enfrentar esta tristeza.

ÉPOCA - O senhor diz em seu livro que o caminho é a terapia. Por que?
Rosner - Muitos pacientes iniciantes agem como se tivessem nascido ontem e se recusam a falar do passado. Acham que é no presente que está a resolução de seu problema. Aos poucos vão percebendo que é preciso voltar no tempo para interromper o ciclo. A chave está na origem dos conflitos.

Clique aqui e veja a matéria toda.

19 de abril de 2009

Palestra + Lançamento de livro

Recebi o convite de dois eventos que acontecerão no dia 27, segunda feira, sobre o tema psicologia e morte. Às 16:30 h acontece a palestra Quando Psicologia e Morte se Esbarram - Diferentes Lugares e em seguida, o lançamento do livro Retorno ao pó.
O evento acontece no auditório do 3° andar, na Universidade Estácio de Sá, Campus Niterói.
A entrada é franca!
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