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28 de junho de 2008

Revista Cult


A Revista Cult desse mês publica o Dossiê A Resistência Intelectual de Jaques Lacan: A vitalidade de seu pensamento e as novas interpretações de sua obra.

Com os artigos 'Confrontar-se com o inumano', de Vladimir Safatle, 'Uma relação ambivalente', de Richard Theisen Simanke, 'Estética e descentramento do sujeito' de Tânia Rivera, 'Política, classes e singularidade', de Antônio Teixeira e 'Revolução na clínica', de Christian Dunker, entre outros, a revista fala de psicanálise e da obra de J. Lacan de uma maneira clara e acessível.
Vale a pena!
Dá para sentir o gostinho aqui, com o texto 'Não existe grande Outro', de Slavoj Zizek.
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23 de junho de 2008

Mais notícias sobre Anorexia...


Fiquei assustada quando abri o jornal hoje e vi a matéria: "Grupos 'terroristas' de combate à anorexia dão resultado"... Critica-se tanto a agressividade dos veículos de comunicação em relação à influência de um corpo magro, a voracidade de uma cultura que prega a correspondência entre beleza e magreza e agora estamos falando de grupos terroristas de combate à anorexia? Achei tão agressivo quanto... Será que a resposta deve ser esta?

Depois que eu a matéria entendi do que se tratava. Os tais atos terroristas são movimentos nos Estados Unidos que estão se organizando numa luta anti-anorexia que surgiu em resposta aos blogs pró-ana e pró-mia. (leia sobre uma outra 'resposta' aqui.)Segundo a matéria do G1, "enquanto os sites pró-ana e pró-mia defendem que o transtorno alimentar seria, na verdade, um 'direito' e um 'estilo de vida', as iniciativas contrárias afirmam que as pacientes dessas doenças são vítimas de uma sociedade injusta que valoriza um padrão de magreza impossível de ser alcançado." O que ficou conhecido como “ativismo pelo corpo” está sendo chamado de guerrilha antianorexia. Uma das maiores iniciativas, o “Body Project”, conta com mais de 1000 adolescentes que são estimuladas a pensar e a escrever sobre o assunto e a idéia de que só as magras são felizes, numa tentativa de mudar alguns padrões.

Em uma fase seguinte, de acordo com a matéria, "elas fazem atos 'terroristas antitranstornos' para chamar a atenção: colocam bilhetes com a mensagem 'ame seu corpo como ele é' em livros de dieta e revistas de moda nas livrarias, escrevem mensagens positivas no espelho das escolas e enviam cartas de protesto para fabricantes de bonecas com medidas desproporcionalmente magras."


A iniciativa é legal... Mas a 'guerrilha' está mais voltada para a questão cultural e a influência da mídia. É importante lembrar que a mídia não é a única a ser responsabilizada nesse ponto. Existem vários outros fatores, principalmente os psíquicos e familiares (leia sobre anorexia e psicanálise aqui), que influenciam no desenvolvimento dos transtornos alimentares e que ficam num segundo plano quando a própria imprensa valoriza muito mais o poder e determinação da influência dos padrões estéticos. Este artigo do G1, por exemplo fala da cultura, dos modelos de beleza, cita a influência até de fatores genéticos, mas nada tem a dizer sobre o desejo destas jovens (leia mais aqui e aqui), o significado do comer (leia mais aqui.) ou suas relações familiares.

Mesmo assim a 'guerrilha/terrorismo' antianorexia parece estar dando algum resultado. Jamie Manwaring, pesquisadora deste trabalho afirma: “Ainda não sabemos se as iniciativas antitranstornos realmente podem conter esse efeito (comentando do efeito nocivo dos sites pró-ana e pró-mia), mas já detectamos que eles ajudam as mulheres que se sentem mal sobre si mesmas a ficarem um pouco melhor”

E no final das contas isso já é super importante!
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Confira a matéria "Grupos 'terroristas' de combate à anorexia dão resultado, mostra estudo" na íntegra aqui.

..................................................................Fernanda Pimentel

Curso de Psicanálise em São Paulo

Para ver a programação da Clipp clique aqui.
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