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5 de setembro de 2020

Karnal e Dunker

Dupla que dispensa qualquer legenda ou apresentação!

Os canais Falando Nisso, do Christian Dunker, e Prazer, Karnal, do Leandro Karnal, têm nos presenteado com com conteúdos excelentes e com temas super atuais. Não percam! 







Fernanda Pimentel é psicanalista, professora e pesquisadora. Doutora em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela UERJ
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.
 

18 de junho de 2020

Impactos psicossociais da pandemia nas crianças

Pesquisadoras falam sobre as novas orientações da Fiocruz sobre como lidar com as crianças nesse período do isolamento. 

Veja a matéria completa aqui. E a cartilha da Fiocruz aqui.

Fiocruz lança cartilha sobre os impactos psicossociais da pandemia nas crianças

De acordo com pesquisadora, é comum que as crianças se sintam mais irritadas e tenham comportamentos agressivos

Ainda que as crianças façam parte do grupo de menor risco diante da pandemia causada pela covid-19, também estão tão suscetíveis aos impactos da situação na saúde mental quanto os adultos e idosos.
Os efeitos nas crianças podem ser observados de maneira acentuada quando se soma às desigualdades econômicas que desembocam em condições de vulnerabilidade sobre a experiência da infância.
É partindo da constatação desse cenário que o Centro de Estudos e Pesquisas em Emergências e Desastres em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Cepedes/Fiocruz), lançou a cartilha “Crianças na pandemia covid-19”, que faz parte da série “Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia Covid-19”, sob coordenação da pesquisadora Débora Noal e de Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília.
O objetivo da cartilha é apresentar os fatores de alterações emocionais e comportamentais apresentadas pelas crianças durante a pandemia, além de abordar casos específicos como aqueles que envolvem refúgio, migração e deficiência física e intelectual. 
De acordo com Débora Noal, pesquisadora da Fiocruz que falou com o Brasil de Fato sobre a cartilha, entre as reações mais observadas nas crianças durante a pandemia estão maior irritabilidade, alteração do padrão de fome e sono, medo e comportamentos mais agressivos. Confira a entrevista na íntegra: 
O que é e qual é o objetivo da cartilha?
Essa cartilha é um compilado de uma grande visão temática com mais de 2 mil artigos sobre os impactos, as reações mais comuns, o mais frequente, com relação à epidemias, mas principalmente a essa pandemia de covid-19.
Tem algumas experiências e alguns indicadores que nós trouxemos das epidemias como  Sars e Ebola, mas é principalmente um grande compilado desses materiais das reações mais comuns e também com ferramentas e dicas aos pais ou cuidadores o que e como fazer, se aproximar das crianças, entender como elas expressam sofrimento nesse tipo de pandemia, e o que fazer a partir disso.
Lembrando que essa cartilha é uma junção de muitos pesquisadores de várias universidades, principalmente das federais brasileiras, mas também de convidados nacionais e internacionais. 
O objetivo dessa cartilha é apresentar quais são os aspectos referentes à saúde mental e atenção psicossocial nas crianças que estão vivenciando a covid-19. E, nessa cartilha, nós destacamos em particular essas expressões que estão relacionadas à intensificação das interações familiares, articuladas à fragilização do funcionamento das redes de apoio, já que a maior parte das famílias não pode contar com a creche, as escolas, a rede de apoio afetivo, os avós, tios, vizinhos, amigos. 
E além disso nós enfatizamos como promover essa atenção às crianças que têm demandas específicas de saúde, e também as crianças refugiadas, migrantes. Esse também é um grande diferencial dessa cartilha: abordar outros públicos.
Que tipo de reações as crianças podem ter frente à pandemia? 
Cada criança tem sua forma de demonstrar sofrimento e normalmente esses cuidadores mais frequentes, pais e mães, que estão mais próximos da criança, já conseguem identificar quais são essas características, de como costumam se alterar no comportamento da criança.
Mas lembrando que em termos estatísticos, das reações mais frequentes, nós destacamos a dificuldade de concentração, irritabilidade maior, a criança acaba com comportamentos mais agressivos às vezes, tendo manifestações que não teria fora da pandemia, crianças que acabam demonstrando muito mais medo, de escuro, da noite, de sair de dentro de casa.
Para as crianças maiores é muito comum a sensação de tédio. Então em crianças que já estão acostumadas a algum nível de independência, a tendência é que tenham um tédio maior. Sensação de solidão para algumas. Alteração de padrão de fome e alimentação é extremamente comum.
Então as crianças, às vezes, têm mais dificuldade para dormir, transtorno de alimentação, não querem comer mais nada ou só os mesmos alimentos. Muitas vezes uma criança que não chupava mais o dedo e nem usava mais fralda, acaba regredindo a um comportamento como esse. Todas essas reações são consideradas esperadas em um momento de pandemia.
E em relação às crianças refugiadas? Há alguma diferença?
Algumas diferenças em relação às crianças refugiadas é que normalmente elas já vêm sem essa rede apoio socioafetivo. Inclusive, tem mais dificuldade de ver qual é a alteração de comportamento porque não tem essa rede desde as estruturas básicas, não tem alimentação, local para dormir. Então tem muito mais dificuldade de ter acesso à lavagem das mãos, do sabão. 
E muitas vezes dificuldade de expressão através da cultura. Muitas vezes os cuidadores não são pai e mãe, têm essa relação institucionalizada ou está em um abrigo, casa de passagem, e muitas vezes culturalmente a gente vai precisar entender qual é a expressão de sofrimento daquela cultura.
Lembrando que não existe um refugiado único. A gente tem uma série de culturas diferentes dentro da mesma estrutura. Então [o desafio é] tentar fazer essa leitura dentro desse grande diferencial que são as várias culturas ao mesmo tempo.
Parte das nossas sugestões para essas crianças é tentar fazer pontes com a cultura, ou seja, quais são as estratégias e ferramentas que aquela criança daquela cultura específica utilizava antes da pandemia e antes da travessia de uma fronteira? Ou seja, como estabelecer pontes para que essa criança se sinta mais confortável na própria pele? 
Esse é um ponto importante, estabelecer pontes com essas ferramentas que as crianças já utilizavam, e muitas vezes a nossa ponte vai ser o adulto mais próximo dela, então vai ser mais fácil de cuidar. Porquê? Porque muitas vezes essas criança já vêm de uma situação de violência, de institucionalização, de um risco eminente de morte. Então a aproximação de adulto, às vezes, fere mais ainda, ainda que esse adulto tente ajudar. Então muitas vezes o nosso trabalho deve se dar pelo adulto.
Como lidar com essas reações?
O primeiro passo para gente conseguir ajudar as crianças é tentar apoiar por meio de uma escuta sensível, o que a gente chama de escuta ativa. Aquilo que eu vejo, aquilo que eu escuto, que eu sinto de diferente... A capacidade que eu tenho, inclusive, de me aproximar corporalmente dessa criança. Sempre tentando incentivar a busca por apoio, junto aos pais, para essa promoção de práticas parentais positivas, ou seja, essa aproximação positiva dos familiares com essa criança.
Muitas vezes o que a criança precisa é da presença física. Mesmo que a criança não fale nada, só de ela saber que existe um adulto mais próximo e disponível, vai fazer muita diferença.
A melhor forma sempre de cuidar de uma criança é fazer com que os adultos em seu entorno, sejam os pais ou as pessoas responsáveis por essa criança, demonstrem o máximo possível de calma, tranquilidade e segurança, porque a criança aprende muito mais pelo comportamento do que pelas palavras. Não basta só dizer "fica tranquilo, fica calmo". O adulto vai ter que mostrar que naquele entorno dele está confortável dentro daquele estrutura, por mais difícil que seja nesse momento de pandemia.
O que é aceitável e o que deve ser tratado com ajuda médica? Quando é necessário um ponto de vista mais especializado?
Lembrando que nos primeiros três meses, que é o que a gente está vivendo ainda agora, as reações são consideradas esperadas, e a gente quer, inclusive, que a criança demonstre mais irritabilidade, confusão, dificuldade para se concentrar. A gente espera isso, a gente vai mudando nosso comportamento.
Alguns critérios vão servir para determinar se aquele comportamento já começa como uma reação que vira um sintoma e que pode vir a desencadear alguma psicopatologia, principalmente se são sintomas persistentes, se é um sofrimento intenso que a criança não consegue brincar mais, se relacionar, deixa de se alimentar... Nesse momento, a gente começa a pensar na possibilidade de alguma complicação.
Para algumas crianças, muitas vezes, acontece a auto agressão e agressão a outras crianças, automutilação. Então essas são informações de alerta para o adulto começar a pensar já numa possibilidade de buscar um auxílio especializado.
Então lembrando que há um comprometimento significativo do funcionamento social do cotidiano, mais dificuldade nas famílias, não tem uma rede de suporte. A mãe ou pai já se sente no limite, que não tem mais a possibilidade de conseguir ajudar. Às vezes existem nas famílias problemas relacionados, por exemplo, a dependência de álcool ou outro tipo de droga. Às vezes depressão, psicose. Isso tudo a gente já vai pensando em um encaminhamento mais rápido.


Fernanda Pimentel é psicanalista, professora e pesquisadora. Doutora em Pesquisa e Clínica em Psicanálise pela UERJ
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.

31 de maio de 2020

1 de julho de 2015

'Sempre que a gente fala de dinheiro a gente fala de sexo! '




Por que a nossa vida financeira é segredo?
O GNT convidou o psicanalista Jorge Forbes para nos ajudar a entender por que 'travamos' na hora de falar de dinheiro. No 'Papo de Segunda', o especialista logo diz: "Sempre que a gente fala de dinheiro a gente fala de sexo". Por que será? O programa discute se é mais difícil falar de dinheiro do que de sexo.
Entenda no trecho da entrevista abaixo.
http://gnt.globo.com/…/sempre-que-gente-fala-de-dinheiro-ge…


Fernanda Pimentel é psicanalista, tem mestrado em Psicanálise pela UERJ  e pesquisa sobre a psicanálise na atualidade e a clínica contemporânea.

 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.
http://fernandapimentel.com.br

2 de julho de 2014

Rede social, modernidade e relacionamentos


´A máscara que usamos no Facebook é a mesma que usamos na vida´, diz Calligaris


Em palestra no Info Trends, o psicanalista Contardo Calligaris fala sobre modernidade, felicidade e a influência da internet e redes sociais nos relacionamentos interpessoais.
Fonte: Info



O psicanalista Contardo Calligaris afirmou, em palestra no InfoTrends, que não acredita que as mídias sociais tenham inventado um novo tipo de relação social ou mesmo a subjetividade nos relacionamentos.
Para Calligaris, as novas tecnologias ainda precisam produzir mudanças objetivas na sociedade para marcarem um novo tipo de relação. “O Facebook facilita a maneira de se relacionar, mas que já era a maneira de ser própria da modernidade ocidental desde o início do século 20”, afirmou.
O psicanalista acrescenta que as críticas às relações virtuais são muito questionáveis, pois mesmo os relacionamentos amorosos ou conversas em uma mesa de bar sempre foram virtuais.  “As pessoas não se apaixonam por pessoas reais, desejamos uma fantasia criada por nós mesmos. Aproveitamos a presença do outro para tirar proveito dessa fantasia”, explica. “O amor sempre foi um baile de máscaras e quando essas máscaras caem nós estranhamos o resultado”.
Segundo Calligaris, o Facebook e as redes sociais instituíram um tipo de comportamento típico das sociedades narcisistas, uma maneira de se relacionar na qual a pessoa só existe sob o olhar dos outros. “No passado éramos a herança de nossas origens e só a partir do século 19 a questão de saber quem somos depende do olhar dos outros: os outros veem em mim quem eu sou”, disse. “Com isso ganhamos mais liberdade, deixamos de ser escravos do que foram nossos antepassados”, lembrou.
Para o psicanalista, no entanto, essa “liberdade” tornou-se um novo tipo de escravidão. “As pessoas passaram a demonstrar uma enorme necessidade de serem notadas e buscam sempre a aprovação do outro”, disse. Segundo Calligaris, o Facebook expressa muito bem essa característica da sociedade atual. “Não devemos ser nostálgicos e imaginar uma sociedade diferente.”
O psicanalista comparou as redes sociais com a imagem da perfeição. “É o mundo da margarina”, diz. Para Calligaris, as pessoas no Facebook têm uma enorme necessidade de demonstrar que são felizes. “Assim se mostram também como vencedores. Basta ver as fotos. É difícil ver alguém que não está sorrindo”
De acordo com Calligaris, essa ideia de felicidade é muito recente na história. Uma pesquisa de 2011 diz que existe uma relação clara entre valorizar e conseguir. Se você valoriza a possibilidade de ser dono de sua moradia, este é o primeiro passo para conseguir. Mas existe uma exceção paradoxal.
“Quanto mais você valoriza a felicidade, mais infeliz você vai ser. Aparentemente a felicidade é o único caso em que a valorização não produz a facilitação”, explicou. “A ideia de manter a máscara da felicidade não veio com o Facebook, mas certamente as mídias sociais herdaram essa tradição.”
No entendimento do psicanalista, a procura instantânea pela felicidade não existe e não passa de uma ideia de marketing que começou no século 20. Ele acredita que as pessoas desejam ter uma vida interessante, com experiências intensas e mesmo desagradáveis. “A ideia de que a felicidade é programada, aos meus olhos, é uma ideia fajuta.”
“Se por um lado há um esforço para parecer sorridente, quando começamos a dialogar com alguém e achamos essa relação interessante, então paramos de tentar manter essa máscara de felicidade, pois temos a impressão de que alguma coisa poderá ser trocada com aquela pessoa”,diz.
“Os críticos dizem assim: vocês ficam em casa postando enquanto poderiam sair e encontrar pessoas reais. Mas isso realmente acontece sempre? Toda vez que você sai rola uma integração com as pessoas no bar? Isso não existe. Não nos apaixonamos ou conhecemos pessoas interessantes todo dia. É uma hipervalorização desta ideia”, critica.
Para o psicanalista, as relações já eram assim antes do computador e nada mudou após isso. “Se você tem dois bons amigos, então você é uma pessoa bastante sortuda”, afirma. Segundo Calligaris, nós somos quem nós conseguimos ser aos olhos dos outros e, enquanto trabalhamos em nossas páginas de perfil, significa que também trabalhamos nossa composição como pessoa.
“Não tem sentido viver na sociedade contemporânea sem pensar quem você é para os outros. O Facebook é um efeito disso. A competição às vezes custa um tempo e pode ser terapêutica”.

Fernanda Pimentel é psicanalista, tem mestrado em Psicanálise pela UERJ  e pesquisa sobre a psicanálise na atualidade e a clínica contemporânea.
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.
http://fernandapimentel.com.br

20 de janeiro de 2014

3 minutos com Bauman: as relações sociais na contemporaneidade e as amizades do facebook

Zygmunt Bauman, filósofo polonês, faz uma reflexão sobre os laços humanos nos dias de hoje e chama atenção para a facilidade de nos desconectarmos de nossas "amizades online".

3 minutos com Bauman

Sociólogo polonês preocupado em compreender a sociedade pós-moderna, Zygmunt Bauman, 87 anos, autor de vários livros em que explica as relações sociais na contemporaneidade, comenta em 3 minutos, em uma de suas conferências que foi concedida para o Fronteiras do Pensamento, porquê nossas relações de amizade no facebook são tão atrativas, fáceis e superficiais.


Leia o trecho:
"Um viciado em facebook me confessou - não confessou, mas de fato gabou-se - que havia feito 500 amigos em um dia. Minha resposta foi: eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos. Eu não consegui isso! Então, provavelmente, quando ele diz 'amigo', e eu digo 'amigo', não queremos dizer a mesma coisa, são coisas diferentes. Quando eu era jovem, eu não tinha o conceito de redes, eu tinha o conceito de laços humanos, comunidades... esse tipo de coisa, mas não de redes.
Qual a diferença entre comunidade e rede?
A comunidade precede você. Você nasce em uma comunidade. De outro lado temos a rede, o que é uma rede? Ao contrário da comunidade, a rede é feita e mantida viva por duas atividades diferentes: conectar e desconectar.
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Eu penso que a atratividade desse novo tipo de amizade, o tipo de amizade de facebook, como eu a chamo, está exatamente aí: que é tão fácil de desconectar. É fácil conectar e fazer amigos, mas o maior atrativo é a facilidade de se desconectar.
Imagine que o que você tem não são amigos online, conexões online, compartilhamento online, mas conexões off-line, conexões reais, frente a frente, corpo a corpo, olho no olho. Assim, romper relações é sempre um evento muito traumático, você tem que encontrar desculpas, tem que se explicar, tem que mentir com frequência, e, mesmo assim, você não se sente seguro, porque seu parceiro diz que você não têm direitos, que você é sujo etc., é difícil.
Na internet é tão fácil, você só pressiona "delete" e pronto, em vez de 500 amigos, você terá 499, mas isso será apenas temporário, porque amanhã você terá outros 500, e isso mina os laços humanos."

Fonte: Obvious



Fernanda Pimentel é psicanalista, tem mestrado em Psicanálise pela UERJ  e pesquisa sobre a psicanálise na atualidade e a clínica contemporânea.
 Atende em consultório em Niterói e Copacabana.