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8 de julho de 2008

Palestra na UERJ com Roudinesco


Tive a oportunidade de participar da palestra que aconteceu na UERJ, com Elisabeth Roudinesco, nesta última segunda-feira.
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Com o auditório lotado, pessoas sentadas nas escadas, corredores e algumas até em pé, a autora falou sobre perversão, tema de seu novo livro, e homossexualidade.
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Roudinesco diz que a perversão é um dos mais complexos e essenciais conceitos da psicanálise, mas também um dos mais maltratados e equivocados.
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Segundo ela, o termo perversão surge no século XIX designando um desvio ou transgressão à lei, algo anormal em relação à norma, e que tem sempre no horizonte, mesmo que não seja visível, algo de sexual.
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A homossexualidade, de acordo com a autora, já foi considerada a maior das perversões porque recusava a ordem procriativa considerada norma. Somente quando a sexualidade foi separada da reprodução, a homossexualidade deixou se ser considerada uma perversão.
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Outro ponto importante acontece quando Roudinesco afirma que não existe causa orgânica ou substratos biológicos para explicar a perversão. Diferente da Psicose, onde a medicação pode acabar com um surto, não se trata quimicamente zoófilos, pedófilos, necrófilos ou criminosos perversos.
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A autora afirma também que não existe homossexualidade entre os animais. Vários grupos de homossexuais tentaram ver isso na natureza para afirmar que a homossexualidade era "natural", alegando a postura de algumas espécies. Mas não é possível fazer este paralelo porque não se trata de uma escolha de objeto. Nos animais não existe uma escolha da ordem do desejo, nem uma construção homossexual ou heterossexual.
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"A perversão sexual é o tratamento do outro ser como objeto. Quando se nega o outro como sujeito". Além disso, Roudinesco afirma que o perverso é autônomo, não precisa de análise, geralmente tem um lado profissional bem sucedido, mas tem uma vida secreta, uma clivagem muito clara, uma passagem para a transgressão.

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