
28 de dezembro de 2009
27 de dezembro de 2009
Feliz Natal!
15 de dezembro de 2009
Aproveite e veja mais algumas fotos!
"Interpretar, por meio de fotomontagens, os sonhos relatados por mulheres em busca de explicações para suas angústias. Esta foi a missão da fotógrafa Grete Stern, que, à pedido da revista feminina argentina Idilio, ilustrou, entre 1948 e 1952, a coluna El psicoanálisis le ayudará ("A psicanálise te ajudará"), assinada por Richard Rest, pseudônimo do psicanalista Gino Germani.
Das suas 148 criações oníricas publicadas, sobreviveram apenas 46 negativos, que permitiram ao curador Jorge Schwartz montar uma exposição que revela não só a verve surrealista da fotógrafa, ancorada na influência de artistas como Man Ray, Magritte e André Breton, mas um panorama da psique feminina argentina da época.
Exibida em São Paulo, no Museu Lasar Segall, a mostra "Os sonhos de Grete Stern - Fotomontagens" chega ao Rio nesta terça-feira e permanece em cartaz no Instituto Moreira Salles até o dia 17 de janeiro de 2010. Este ano, completam-se 10 anos da morte de Grete Stern, nascida em 1904."
A Psicanálise Vai Ajudá-la
Em 1936, fugindo do nazismo na Europa, a fotógrafa judia-alemã Grete Stern encontrou na Argentina, a terra de seu marido, o também fotógrafo Horacio Coppola, seu porto seguro. Em Buenos Aires, entre 48 e 51, realizou um trabalho sui generis para a Idilio - La Revista Juvenil e Femenina, uma publicação de grande circulação entre moças e senhoras: fotomontagens que saíam junto a relatos de sonhos enviados pelas leitoras e a interpretações de seu conteúdo, feita por dois psicanalistas. Parte dessa produção estará em exposição no Instituto Moreira Salles, no Rio, a partir de amanhã.

A seção se chamava A Psicanálise Vai Ajudá-la e as fotos, que remetem às vanguardas dadaísta e surrealista, invariavelmente têm na figura feminina a personagem central. Por vezes, Grete utilizava partes de fotografias já existentes; noutras, produzia novas. Tudo partia de um esboço a lápis, a partir do qual ela ampliava os negativos.

Do total de 140 fotomontagens publicadas na revista, só 46 negativos foram conservados. São essas fotos que estão expostas no IMS, na mostra Os Sonhos de Grete Stern: Fotomontagens. Trata-se da mesma exposição que ficou no Museu Lasar Segall de abril a junho. As imagens tentam dar conta de uma questão complexa, como ressalta o psicanalista João Frayze no catálogo: "A representação de um sonho representa o quê, a narrativa do sonhador ou a interpretação que dela faz o ouvinte? Grete Stern chegou perto dessa complexidade."

"É um trabalho muito inusitado, absolutamente original, não há nada semelhante. É interessante ver o papel que a psicanálise tinha em Buenos Aires ainda nos anos 40", aponta o curador, Jorge Schwartz, diretor do Lasar Segall. "Mais tarde, por volta dos anos 60, Grete passou a expor a série sem o contexto da revista, o que mostra que começou a vê-la como obra fotográfica artística, autônoma, sem que fosse instrumento de coisa alguma."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
14 de dezembro de 2009
Pós-Graduação Lato Sensu (Especialização) na PUC - SP
Psicanálise e Linguagem: Uma Outra Psicopatologia
Este curso de Especialização, reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia, apresenta profunda reflexão sobre o conceito de "doença mental" e estabelece uma nova proposta nos campos do diagnóstico e do tratamento, oferecendo instrumentos teórico-práticos para a pesquisa e intervenção na área da saúde mental.
Discute a questão da nosografia utilizada em clínica psiquiátrica e as implicações do diagnóstico na direção do tratamento da "doença mental" diferenciando-a da clínica psicanalítica, cujos fundamentos teóricos são estabelecidos a partir do conceito de estrutura, o que permite questionar e redimensionar os conceitos de normal e patológico.
Será abordado o quadro geral da teoria da neurose em Freud, sua contribuição ao estudo das perversões e das psicoses e a relação entre a psicopatologia e psicanálise, aprofundada pela proposta de Jacques Lacan.
Uma nova articulação clínico-conceitual será proposta para as novas formas sintomáticas na contemporaneidade: anorexia, bulimia, alcoolismo, toxicomania, depressão, síndrome do pânico, fenômeno psicossomático, autismo, debilidade, patologias do bebê, patologias da adolescência, impulsões e compulsões e as crescentes e novas formas de violência.
A supervisão clínica, optativa e restrita para psicólogos com formação, tem como função a discussão teórico-prática dos atendimentos realizados no campo profissional, tanto no âmbito privado, como no âmbito institucional. A metodologia prevê aulas expositivas, seminários, palestras, com utilização de equipamentos audiovisuais.
Mais informações:
http://cogeae.pucsp.br/curso.php?cod=121610&uni=SP&tip=RE&le=L&ID=712 de dezembro de 2009
Debate
Com Lula Mello - Diretor do museu Imagens do Inconsciente , e Elvira Bezerra - Escritora
Dia 14/12, as 19:30, na Travessa do Ouvidor, 17 - Centro - Rio de Janeiro
sou cada pedaço infernal de mim
Mas se eu gritasse uma só vez que fosse, talvez nunca mais pudesse parar. Se eu gritasse ninguém poderia fazer mais nada por mim; enquanto, se eu nunca revelar a minha carência, ninguém se assustará comigo e me ajudarão sem saber; mas só enquanto eu não assustar ninguém por ter saído dos regulamentos. Mas se souberem, assustam-se, nós que guardamos o grito em segredo inviolável. Se eu der o grito de alarme de estar vivo, em mudez e dureza me arrastarão pois arrastam os que saem para fora do mundo possível, o ser excepcional é arrastado, o ser gritante.(...)Tudo se resumia ferozmente em nunca dar o primeiro grito - um primeiro grito desencadeia todos os outros, o primeiro grito ao nascer desencadeia uma vida. Se eu gritasse acordaria milhares de seres gritantes que começariam pelos telhados um coro de gritos e horror. Se eu gritasse desencadearia a existência - a existência de quê? A existência do mundo. Com reverência eu temia a existência do mundo para mim. (...) Eu com uma vida que finalmente não me escapa pois enfim a vejo fora de mim - eu sou minha perna, sou meus cabelos, sou o trecho de luz mais branca no reboco na parede - sou cada pedaço infernal de mim - a vida em mim é tão insistente que se me partirem - como uma largatixa, os pedaços continuarão estremecendo e se mexendo. Sou o silêncio numa parede, e a borboleta mais antiga esvoaça e me defronta: a mesma de sempre. De nascer até morrer é o que eu me chamo de humano, e nunca propriamente morrerei.
C. Lispector11 de dezembro de 2009
...Ambos
...como se um indivíduo não fosse homem ou mulher, mas sempre fosse ambos - simplesmente um pouco mais de um do que do outro.
S. Freud
In: Conferência XXXIII - Feminilidade (1932)
9 de dezembro de 2009
Desejamos mais...
Michael Cunningham, in "As Horas"

8 de dezembro de 2009
O Banquete
Logo que o disse pôs-se a contar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltarlhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar. Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo. As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição. Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher — quer com a de um homem; e assim iam-se destruindo. Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para a frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar-se do resto da vida. E então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto é uma téssera complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento..."
Lendo este trecho de O Banquete, de Platão (428/7-348/7 a.C.), me lembrei de um filme independente, adaptação da aclamada peça homônima do circuito off-Broadway chamado Hedwig and the Angry Inch de 2001, onde essa história é contada de uma maneira bem Pinkfloydiana: um musical com cenas de animação. Mostrando, na verdade, o quanto este Platão de 400 a. C. é contemporâneo e atual.
Programação de verão da Casa do Saber
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3 de dezembro de 2009
Consumo, logo existo
Comprar exageradamente pode ser uma forma patológica de aplacar angústias; muitas vezes, a compulsão é “sazonal”: festas de fim de ano e férias convidam ao consumo excessivo
Diante de um mercado forte e diversificado, o homem da sociedade contemporânea é continuamente bombardeado por sedutoras peças publicitárias, que prometem bem-estar, status, conforto, projeção imediata e ilusão de segurança. Com a chegada das festas de fim de ano, a lógica do “consumo, logo existo”, segundo a qual o bem-estar é conquistado pela aquisição de produtos, se torna ainda mais evidente. Em casos extremos, a compulsão por compras pode se tornar patológica.
Dois psiquiatras, o alemão Emil Kraepelin (1856-1926) e o suíço Eugen Bleuer (1857-1939), foram os primeiros a escrever sobre o comprar compulsivo (ou oniomania), no início do século XX.Para os pesquisadores, levar em conta a dificuldade de controlar o impulso é elemento essencial para compreender o quadro. Eles observaram que algumas mulheres com esse diagnóstico buscavam excitação, assim como os jogadores patológicos. O tema caiu no esquecimento nos anos seguintes e foi retomado de forma mais intensa na década de 90. O transtorno, porém,ainda não é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a psicóloga Tatiana Filomensky, do Ambulatório dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas, a pessoa que sofre de compulsão experimenta uma forte ansiedade que só é aliviada quando faz a compra. “Ela não consegue controlar um desejo intrusivo e repetitivo. O ato é imediatamente seguido por intenso sentimento de alívio.” Em situações de impossibilidade
de comprar podem aparecer sintomas como irritação, sudorese, taquicardia, tremor e sensação de desmaio iminente. Algum tempo depois de adquirir a nova mercadoria, porém, surge a sensação de remorso e decepção diante da incapacidade de controlar o impulso. Numa atitude compensatória, o mal-estar causado pela culpa leva a pessoa a comprar novamente, dando continuidade ao círculo vicioso.
Numa sociedade que estimula o máximo consumo e a satisfação do prazer imediato, a compulsão por compras não é notada tão prontamente pela família, diferente do que ocorre com de outras dependências, como o abuso de drogas. Por isso, quem sofre do transtorno leva muitos anos para reconhecer o caráter patológico do seu comportamento. Mas quando isso acontece, a pessoa sente vergonha por não vencer a batalha contra o impulso – e, assim, o transtorno pode ser mantido em segredo por anos a fio.
Segundo a psicóloga Juliana Bizeto, coordenadora do Ambulatório de Dependências Não Químicas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a avaliação do problema não é feita com base na quantidade de dinheiro gasto. Isso, por si só, não constitui evidência para diagnóstico, mas sim prejuízo que o comportamento pode causar na vida da pessoa, já que ela passa a negligenciar atividades sociais importantes como trabalho e família. “O que deve ser considerado é a relação do paciente com a compra. Para o compulsivo, o único prazer está no ato de adquirir, ele não pretende usufruir do objeto: é um comportamento vazio”, afirma. Há, portanto, uma restrição do prazer, um empobrecimento social e uma queda da qualidade de vida, já que a pessoa se torna apática diante de outros estímulos.”
Em sua tese de doutorado, Juliana Bizeto investiga os fatores de risco que estão envolvidos com o surgimento de dependências não químicas. Com base em dados de uma pesquisa realizada com pacientes compulsivos atendidos pelo Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad), da Unifesp, ela constatou que um aspecto de grande importância é a falta de inserção social. “A pessoa que não está inserida em um grupo social, seja no trabalho, na família ou na igreja tem maior possibilidade de desenvolver algum tipo de dependência, seja por compras, jogos, sexo ou internet”, observa.
O artigo “Compulsive Buying. Demography, Phenomenology and comorbidity in 46 subjetcs”, publicado pelo periódico Gen Hosp Psychiatry em 1994, mostra que 94% dos compradores compulsivos são mulheres. Juliana ressalta, porém, que a presença do transtorno na população masculina pode estar subestimado. “Não sabemos se as mulheres são realmente as maiores vítimas ou se são as que mais frequentemente procuram o serviço de saúde. Em alguns casos, a gravidade do quadro é ainda mais acentuada nos homens porque eles demoram a buscar tratamento e, quando isso acontece, chegam ao ambulatório muito comprometidos”, ressalta.
Veja o artigo na íntegra aqui.
2 de dezembro de 2009
Elas não são gays!
Michele e Carla são casadas, têm filhos, mas afirmam não ser homossexuais
30 de novembro de 2009
25 de novembro de 2009
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Acumulo roupas. Minha maquiagem transborda das gavetas do banheiro, e há mulheres diferentes para batons diferentes."
Marya Hornbacher
In Dissipada
Ciclo de Debates no Rio de Janeito
TEMAS DO MÊS:
OS EFEITOS DA ESCRITA NA PASSAGEM AO ATO SUICÍDA
Lenita Bentes
Psicanalista, Membro da Associação Mundial de Psicanálise (AMP), Membro da Escola Brasileira de Psicanálise /Seção Rio, Mestre e Douturanda em Teoria da Clínica Psicanalítica pela UERJ, Coordenadora da Unidade de Pesquisa da UERJ.
MORTE E LUTO
Mirtha Ramirez
Psicóloga (05/9090), Psicanalista (CEP), Sócia, Psicoterapeuta Corporal em Análise Psico-Orgânica (CEBRAFAPO) Fundadora do Banco de Horas – IDAC, Membro Titular da Associação Brasileira de Análise Psico-Orgânica (ABRAPO.
Data: 27/11/2009
Hora: 6ª f. às 19:30
End: Rua Maria Eugênia, 215/sl. 201 - Humaitá/RJ
Informações: Comissão Cultural da ABRAPO
Tels: Silvana Sacharny: 2537-4081
Ana Luisa Baptista: 3062-3400
Contribuição: R$ 10,00
23 de novembro de 2009
Lançamento
Lançamento de CADERNOS SOBRE O MAL, de Joel Birman, na Livraria Argumento, no Leblon, dia 26/11, às 20 hs.
Veja a divulgação do evento:
A excepcionalidade do mal
Em Cadernos sobre o Mal, Joel Birman age como historiador de pequenas causas, fazendo a anatomia de um novo tipo de mal na sociedade brasileira
Há uma zona nebulosa do tempo entre o que ainda não se escreveu como história e o que não é mais parte do presente imediato. Essa nebulosa é a matéria dos ensaios de Joel Birman sobre a experiência da brasilidade entre 2000 e 2007. Lendo-os em retrospectiva, percebe-se como o passado recentíssimo pode ser estranho e surpreendente. Seja por exigência de ofício, por disposição de método ou por escolha ética, o que o conjunto dos ensaios revela é a invenção, no Brasil da cultura pós-inflacionária, de um novo tipo de economia da violência. Por dever de ofício, Birman, um psicanalista no horizonte da subjetividade de sua época, recupera tanto a teoria da agressividade em psicanálise, depurando-a de seu moralismo conservador, quanto os caminhos da constituição de uma criminologia psicanalítica, com base em Aichhorn, Winnicott e Lacan. Isso inclui gradualmente corpo, ato e outro, como categorias centrais de um novo estilo de subjetivação e uma nova forma de mal-estar. Para fazer juz à radicalidade da pulsão de morte freudiana, entram em curso os recursos críticos de método necessários para reposicionar o debate sobre a violência. Nietszche, Foucault, Derrida e Agamben lembram-nos a estreita e obscena relação entre violência e poder, e o caráter inócuo senão indesejável de pensar um sem o outro.
Quando a segregação se torna gramática invisível do poder, a violência ganha visibilidade como ruptura e invasão de fronteiras. Quando a violência simbólica é derrogada, quer pelo Estado, quer pela sociedade civil, ela retorna disseminada como violência real. Violência real intensificada, sob a forma de crueldade, no tratamento da vida nua e no esquecimento da vida qualificada. O diagnóstico é circunstanciado: a inefetividade do registro político diante do econômico e o esvaziamento da vida pelo registro da performance precarizam a subjetividade e bloqueiam estratégias de reconhecimento, como a hospitalidade e a ética da amizade, que funcionariam como moduladores simbólicos da violência.
A genealogia da violência, assim desenvolvida, consegue escapar da retórica legalista, que vê no declínio da autoridade vertical de tipo paterna a fonte da violência e, por isso, só consegue pensar formas regressivas de recomposição da autoridade. Escapa também da retórica naturalista, que cultiva o desamparo e a maternagem como aspiração reificada de solidariedade. Ou seja, depois da banalidade do mal, a excepcionalidade do mal.
Sequestro de Patricia Abravanel, filha de Silvio Santos: a violência como demanda de reconhecimento e fama
Cultura pitbull e "sequestros relâmpagos"
Se na primeira parte dos Cadernos destacam-se as virtudes metódicas e teóricas de nosso autor, o returno do livro faz falar o cronista de uma época, o historiador das pequenas causas. São vidas simples, casos banais, contados com o que lhes falta, a saber, reconhecimento da dignidade. Por exemplo, a trajetória de um homem pobre que perde trabalho, esposa e família. Errante, mata cruelmente a menina que lhe oferece flores e comida. Violência inesperada contra a única pessoa que foi gentil com ele. Cinco anos de cárcere manicomial e escuta psicanalítica não foram suficientes para que ele, réu confesso e dócil, reconstruísse os rastros psíquicos dessa passagem ao ato criminal. Vazio e ausência de reconhecimento. Semelhança invertida com os soldados egressos do Iraque matando suas esposas... inexplicavelmente. Semelhança não simétrica entre vencidos e vencedores, como o grito de dor de As Troianas, tragédia de Eurípedes. Falsa equivalência que reaparece na crítica da ideia de que a guerra é a política feita por outros meios (tese de Clausewitz). O diagnóstico desconstrói as oposições fáceis dessa nova forma de violência: crueldade asséptica, crueldade excepcional, crueldade que não faz exemplos.
Não se trata apenas da banal identificação do criminoso com a exceção transgressora que funda a lei, mas da universalização da exceção em uma nova forma de lei. É o Império de um lado e Dogville de outro. Não é o futebol arte contra o futebol força, mas a permissividade dos árbitros universalizada pela corrupção dos cartolas; Maradona procurando a cura, mas não a salvação em Cuba; impactante retrospectiva política que nos apresenta página a página a gradual substituição do poder ostensivo e da violência visível, dos tempos de Antonio Carlos Magalhães, pelo poder invisível e pela violência excessiva, da era FHC e Lula; Estado burocratizado sem densidade afetiva e efetiva; o risco como valor ético básico (para o outro).
Entre o miserável e o mendigo profissional, assim como entre o sequestro da filha de Silvio Santos e a popularização da prática dos "sequestros relâmpagos", infiltra-se um elemento comum: a violência como demanda de reconhecimento e fama. Devolução ao remetente do gozo predatório de nossas elites. Não há, portanto, nenhuma banalidade aqui, mas desejo desesperado de engendrar uma excepcionalidade. Cadernos do Mal é um retrato em movimento da longa trajetória de reflexão de Joel Birman sobre os destinos da modernidade. Deve ser lido, com Arquivos do Mal-Estar e da Resistência (2006), como verdadeiro desafio à nossa capacidade de imaginação política e invenção psicanalítica. Se a ideologia é eterna, como disse Althusser, nosso passado recente não é.
II SIMPÓSIO DE PSICANALISE DE NITERÓI - Vídeos
Já está disponível um vídeo em 5 partes com um pouquinho do que rolou.
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Clique aqui e confira alguns trabalhos e entrevistas!
19 de novembro de 2009
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Nietzsche
Assim falou Zaratustra
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17 de novembro de 2009
II SIMPÓSIO DE PSICANALISE DE NITERÓI
Algumas imagens do II Simpósio de Psicanálise...
Auditório cheio...
Veja mais no Pós Simpósio do Ponto Lacaniano
A Feminilidade na obra de Freud

O objetivo é discutir as questões relativas a feminilidade abordadas por Freud em sua obra. Trabalharemos em cima de seus textos, assim como textos de outros autores com o objetivo de enriquecer e esclarecer alguns pontos.
Seminário destinado a estudantes, psicólogos, psicanalistas, ou qualquer um que se interesse pelo tema.
Informações:
Fernanda Pimentel
Cel:(21) 8853-6697
fernandapimente.viafreud@gmail.com
II SIMPÓSIO DE PSICANALISE DE NITERÓI
Gostaria de agradecer a todos os participantes, que só enriqueceram nosso evento com excelentes questões e comentários. Agradeço também aos palestrantes, que com muito carinho e atenção aceitaram nosso convite, sem falar dos trabalhos de altíssima qualidade!
Aproveito e, antecipadamente, já convido a todos para o III SIMPÓSIO, que será marcado para o final de 2010.
Participe! Vote, ao lado, no tema que você gostaria de assistir no III Simpósio!
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Aguardem!
13 de novembro de 2009
“Remédios não substituem psicanálise”
E ela não recusa Freud?
Os conceitos de inconsciente, sexualidade infantil, pulsões e perversões, estabelecidos por Freud, permanecem?
Li no Significantes