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27 de novembro de 2007

Anna O.

........Mais do que lendo, estou devorando o livro de Irvin D. Yalom, Quando Nietzsche Chorou.

........O romance começa com Dr. Breuer atormentado por suas fanatasias com Bertha (Anna O.) e ainda envolvido com a sedução desta paciente, logo depois de deixar o caso e entregá-lo ao jovem Dr. Freud.
........A mente perturbada de Breuer, sendo invadida pelos pensamentos em relação a sedutora Bertha ficam claros no livro de Yalom:
"Quanto tempo durara seu devaneio? Consultou novamente o relógio. Outros dez minutos de vida desperdiçados. E desperdiçados em quê? Como de hábito, devaneara sobre Bertha, a bela Bertha, sua paciente nos últimos dois anos. Estava recordando sua voz provocante: 'Doutor Breuer, por que tem tanto medo de mim?' Lembrou suas palavras quando lhe dissera que deixaria de ser seu médico: 'Aguardarei. Você sempre será o único homem em minha vida.' Ele se censurou: 'Pelo amor de Deus, pare! Pare de pensar! Abra os olhos! Veja! Deixe o mundo entrar!”
........É inegável a importância desta paciente para a história da psicanálise. Foi atendendo esta jovem mulher com sérios sintomas histéricos que muitos conceitos psicanalíticos surgiram. Ou até mesmo a própria psicanálise, visto que Breuer inicialmente trabalhava com hipnose e no decorrer dos dois anos de tratamento com Bertha ele abandona esta técnica pois ambos percebem que ela podia relembrar traumas de sua infância sem a hipnose, usando a penas o diálogo. Essas conversas, segundo a própria Bertha faziam seus sintomas desaparecerem. Este seria o início do que ela chamou de "Terapia da Conversa", que deu origem a futura psicanálise.
........A própria tentativa de sedução de Bertha e o desespero de Breuer (motivo que o faz deixar o caso) foram essenciais, pois levaram Freud, num outro momento a decrever o que seria Transferência e Contra-tranferência.
........Movida por uma curiosidade que a obra de Yalom despertou, fui pesquisar uma imagem desta paciente que tanto mexeu com dois dos grandes nomes da psicanálise:

Bertha Pappenheim, a famosa Anna O.


Carta de Freud para Fliess sobre o caso Anna O.

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Veja aqui a entrevista de Yalon, para a revista Superinteressante..

....................................................................Fernanda Pimentel

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