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19 de novembro de 2008

Cinema

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Assisti recentemente um drama mexicano do diretor Simón Bross chamado Maus Hábitos (Malos Hábitos, 2007) (não confundir com o filme homônimo de Almodovar) que eu achei incrível.
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A histótia gira em dois eixos: de um lado a noviça interpretada pela atriz Ximena Ayala que a partir de uma cena vivida em sua infância acredita que seu jejum e sua fé podem livrá-la de seus pecados. A relação dessa personagem com a comida nos remete às histórias de muitas santas-anoréxicas e marca a relação do alimento com religião e do jejum com a purificação.
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Do outro lado está a mãe anoréxica, interpretada por Elena de Haro, que com seus rituais e exercícios físicos exagerados destroem sua família, suas relações, seu casamento e principalmente sua filha, interpretada pela atriz Elisa Vicedo. A filha, uma menina acima do peso, tem a vida invadida pela mãe, obcecada com a idéia de fazê-la perder muitos kilos para sua primeira comunhão (... citando mais uma vez a questão religiosa).
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A trama fica ainda mais intensa quando retrata o marido e sua amante, uma jovem cheia de curvas, que se entregam ao pecado da gula, do adultério, como os únicos personagens que experimentam o prazer sem culpa e punições.
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Com cenas propositalmente escuras e angustiantes, o filme, que envolve questões morais e existenciais, causa um certo incômodo à quem assiste ao retratar histórias que se cruzam no que diz respeito não apenas a distúrbios alimentares, mas principalmente ao excesso e ao vazio, ao prazer e à culpa e ao lugar que a comida a culpa na vida de cada um.
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Achei ótimo o subtítulo do filme: Uma pessoa só pára de comer quando está muito cheia... Ou muito vazia.
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Veja o trailler do filme aqui.
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Um comentário:

Mme. Tormenta Furtacor disse...

resenha quentinha
da muita vontade de se deliciar com esse filme