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21 de maio de 2009

AS HOMOSSEXUALIDADES NA PSICANÁLISE

O Mestrado de Psicanálise, Saúde e Sociedade da UVA com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ oferece, no dia 26 de junho de 2009 o Colóquio AS HOMOSSEXUALIDADES NA PSICANÁLISE" por ocasião dos 40 anos de Stonewall. O evento acontece na Veiga de Almeida da Tijuca, Rio de Janeiro e a entrada é franca!

Coordenação:

Antonio Quinet e Marco Antonio Coutinho Jorge

Stonewall, 28 de junho de 1969 é o marco histórico do início do movimento de emancipação e liberação dos homossexuais e do combate à homofobia, quando os clientes desse bar de Nova York reagiram vigorosamente à batida policial de praxe e inauguraram com esse ato o movimento gay que se alastraria por todo o mundo. Aos 40 anos de Stonewall encontramos, por um lado, transformações nos costumes e nas leis que apontam para uma maior liberdade de expressão da opção homossexual e, por outro lado, uma grande repressão manifesta em atos que vão da descriminalização das agressões até assassinatos contra homossexuais, assim como na revelação de que o maior índice de depressão e suicídio se encontra dentre as pessoas cuja escolha é por parceiros do mesmo sexo. Desde então, em todo o mundo, estudos dentro e fora das Universidades têm se dedicado ao tema de múltiplas maneiras: estudos sobre gênero, identidade, teoria queer, etc...



......................................................Stonewall, 1969.

Há 30 anos, Pink Floyd lança a música Another brick in the wall. A psicanálise também vai contra o muro (the wall) do racismo do discurso dominante, que tende a fazer todos andarem no mesmo passo, situando em reservas delimitadas – os guetos – aqueles que se opõem à marcha comum. Brequando o “ó” dessa situação, a psicanálise se opõe ao preconceito mortificador do sujeito que o reduz a um significante de exclusão.

We don’t need no education. We don’t need no thought control. A psicanálise se opõe à pedagogia do desejo, pois esta é uma falácia. Não se pode educar a pulsão sexual. Não se pode desviá-la para acomodá-la aos ideais da sociedade. A pulsão segue os caminhos traçados pelo inconsciente que é individual e singular. A pulsão não é louca, ela obedece a uma lógica determinada pelos avatares do Nome-do-pai, a lei simbólica a que todos estamos submetidos.

Ao responder a uma mãe preocupada com a homossexualidade do filho, Freud apontava, já em 1935, que esta não é nenhuma desvantagem, nem tampouco uma vantagem, “ela não é motivo de vergonha, não é uma degradação, não é um vício e não pode ser considerada uma doença”. Para a psicanálise, assim como a homossexualidade, o interesse exclusivo de um homem por uma mulher, e vice-versa, também merece esclarecimento e não tem nada de óbvio. A investigação
psicanalítica, diz Freud em seu premiado texto sobre Leonardo da Vinci, opõe-se à tentativa de separar os homossexuais dos outros seres humanos como um “grupo de índole singular”, pois “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e de fato a consumaram no inconsciente”. A psicanálise é, segundo Lacan, o avesso da “civilização”, a qual impõe ora a renúncia pulsional ora a exigência de um gozo vigiado e controlado.

Em que a psicanálise tem contribuído no debate com a sociedade sobre esse tema? Neste evento os psicanalistas retomam os conceitos de Freud e de Lacan para trazerem à luz para a sociedade o que a psicanálise tem a dizer sobre o assunto. E avaliam a literatura psicanalítica atual sobre o tema, cujas elaborações norteiam a posição de muitos analistas em sua prática clínica no manejo com um desejo que “não ousa (ou ousava) dizer seu nome”. Estaria o psicanalista acompanhando as transformações da sociedade que repercutem em sua clínica? Estaria ele apto a responder à subjetividade de sua época? E o movimento gay – estaria disposto a escutar o psicanalista?

Pretendemos fazer ver neste colóquio o quanto a presença maciça da psicanálise nos mais diversos âmbitos contribuíu, ao longo do século XX, para a radical transformação da cultura, com uma maior liberação dos costumes no que tange às sexualidades e, consequentemente, às homossexualidades.

Antonio Quinet e Marco Antonio Coutinho Jorge

Apoio:

Corpo Freudiano Escola de Psicanálise – Seção Rio de Janeiro

Formações Clínicas do Campo Lacaniano – RJ

Fórum do Campo Lacaniano do Rio de janeiro (EPFCL)

PRÉ-PROGRAMA

26 de junho de 2009

09:30-10:30 Introdução ao tema

Presidente de mesa: Glória Sadala (UVA)

Antonio Quinet (UVA) e Marco Antonio Coutinho
Jorge (UERJ)

10:30-11:30 A despatologização da homossexualidade na Psiquiatria e na Cultura

Presidente de mesa: Ana Cristina Figueiredo (UFRJ)

Gilda Paoliello (Associação Mineira de Psiquiatria)

12:00-13:00 Bissexualidade e Sexuação

Presidente de mesa: Vera Pollo (UVA)

Sonia Alberti (UERJ) e Ana Costa (UERJ)

Intervalo para o Almoço

15:00-16:00 Perversão e homossexualidade masculina

Presidente de mesa: Nadiá Ferreira (UERJ)

Maria Helena Martinho (UVA) e Ana Maria Rudge (PUC)

16:00-17:00 Homossexualidade feminina

Presidente de mesa: Denise Maurano (UNIRIO)

Ana Vicentini (UFSCAR) e Maria Anita Carneiro
Ribeiro (UVA)

Coffee Break

17:30-18:30 A homofobia na literatura analítica e nas instituições de Psicanálise

Presidente de mesa: Betty Fuks (UVA)

Acyr Maya (UNIABEU) e Luciana Marques (UVA)

19:00 Encerramento

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