O amor e suas parcerias
O AMOR E SUAS PARCERIAS
Coordenação: Heloisa Caldas
Local: sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Botafogo
Horário: sextas-feiras de 16:00 às 17:30
Freqüência quinzenal: Início em 09 de abril de 2010.
O seminário é aberto a todos os interessados.
Afinal o que é o amor?
Ninguém jamais conseguiu definir. Em geral, são os poetas os que se arriscam a falar do amor, talvez porque saibam que ele mora no exercício da fala. ‘Eterno enquanto dura’, revirado pelo avesso em ódio e devastação, nascendo ou morrendo, o amor é enigma que ‘dá dentro da gente e não devia, não tem tamanho’. Dizem que ‘rima com dor’, mas em psicanálise rima também com transferência, narcisismo, desejo. Ou seja, com os recursos contra a dor, as tolices com que colorimos a vida para lidar com o desamparo, o gozo tão Outro, as exigências da pulsão. Como todas as divinas tolices, assim como a moda, a verdade, a arte e a prosa, o amor se transforma conforme os tempos. Então, ‘com que roupa’ o amor vai, hoje, ‘ao baile que você lhe convidou?’
Para trabalhar o tema na clínica atual, proponho uma leitura das contribuições clássicas de Freud, as inovações de Lacan e os avanços de Jacques-Alain Miller sobre a vida amorosa. A idéia é percorrer textos fundamentais como as contribuições à vida amorosa de Freud, o escrito A significação do falo, alguns trechos do Seminário XX de Lacan, além dos comentários de Miller em Logicas de la vida amorosa e em seu curso O parceiro-sintoma, sempre que possível, à luz das bizarras histórias que blogs, orkuts, redes, sites, baladas e naites nos oferecem.
Heloisa Caldas
A EXPERIÊNCIA DO REAL NO TRATAMENTO PSICANALÍTICO (MILLER)
Coordenação: Jaime Araújo Oliveira
Local: Rua Mário de Andrade nº 10 – Largo dos Leões – Humaitá.
Horário: 2ª feiras (quinzenalmente), 19:00.
No Capítulo 2 (“O Real e o Semblante”), que acabamos de trabalhar, Miller parte de uma crítica a posteriori do primeiro Lacan, desde o último, quanto à relação - indicada no título - entre real e semblante. Crítica centrada no processo que JAM chama de “significantização” do real, e que, para ele, marcou o Estruturalismo e, a partir deste, o primeiro ensino de Lacan.
Esta discussão desemboca, no final do capítulo, na idéia de uma “inversão da metáfora paterna” (NP / DM). Ou seja, ao invés do NP, enquanto semblante, representar, e com isso produzir o DM, entendido como significado, como sentido (o que Miller chamou em outra ocasião de R2); é o DM, mas enquanto da ordem do real como resto (R3), que produz o NP enquanto semblante.
Para Miller, isso leva o último Lacan a “questionar a radicalidade da metáfora paterna”. O que tem como conseqüência, em primeiro lugar, mostrar a neurose e a psicose como apenas “distintas modalidades de estabelecer semblantes” (contra a concepção ainda algo deficitária da psicose no primeiro ensino). Mas, mais amplamente, implica em “um rebaixamento do campo da linguagem e da função da palavra”, “um rebaixamento de tudo o que é saber em relação ao real”, uma concepção de que tudo o que é da ordem das “relações entre significante e significado (...) não vale mais do que como semblante em relação ao real”, e como “defesa contra o real”.
Decorre daí, para Miller, o que ele vê como uma orientação da direção do tratamento no último Lacan: “perturbar em um sujeito a defesa contra o real”. Tema pelo qual se inicia o próximo capítulo, intitulado ”Perturbar a Defesa”.
Jaime Araújo Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário